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1 de setembro de 2009

Capítulo 8 As noites produtivas

Cap 8 As noites produtivas

Naquele dia eu tive que estudar.
Era obrigada a passar 15 horas por semana com um professor particular, pra poder substituir as horas que eu devia estar na escola. Difícil era eu me concentrar em alguma coisa naquela altura do campeonato.
Catherine me ligara logo cedo dizendo que os outros atores chegariam no dia seguinte, pra começarmos os ensaios gerais e as gravações. Eu senti um frio no estômago. Eu e Rob não tínhamos feito nada que prestasse. Não que não estivesse sendo divertido. Mas Catherine não acharia nada divertido se chegássemos pra gravar sem saber nada.
Enquanto esperava Rob chegar naquela noite, eu ensaiava meu discurso. Hoje eu teria que ser forte. Nada de distrações. Nada.
Mas quando eu olhei pra ele na minha porta eu esqueci por um momento das minhas resoluções
-Olá, estranho – eu sorri
-Vai por uma blusa
Eu levantei as sobrancelhas
-Vamos sair?
-Sim.
-Rob, nós temos mesmo que trabalhar – até pra mim mesma a minha voz saiu desanimada.
-Vamos Kristen, não discuta.
Eu não precisei de um segundo pedido. Porque eu estava louca pra ir para qualquer lugar com ele. Coloquei a blusa correndo e cinco minutos depois estávamos no carro
-que carro é este?
-é meu.
-Oh. Também quero um
-Só vampiros podem ter carro
-isto é injusto. E então, onde vamos, tem a a ver com a tal promessa que eu tenho que cumprir?
-não. Definitivamente. - ele sorriu - vamos apenas mudar o local de trabalho
-vamos pra clareira? - falei animada
-Não.
Eu desisti de especular, mas minutos depois estacionávamos em frente a casa de Catherine
-Agora eu entendi.
-Achei que não íamos nos concentrar muito se continuássemos na sua casa.
-Muito esperto. Mas tem razão. Ela me ligou hoje de manhã – eu disse enquanto caminhávamos até a porta. Mas então eu estaquei – Rob, ela vai perceber
-Perceber o que?
-Que a gente não sabe nada! - falei mortificada
ele riu
-Relaxa Kristen – ele tocou a campainha
-Isto não foi uma boa idéia. - eu resmunguei
Mas Catherine abriu a porta e nos cumprimentou efusivamente
-Olá! Entrem, entrem!
Quando eu entrei, havia uma moça loira lá
-Você já conhecem a Niki – Catherine falou
Sim, eu conhecia. Nós tínhamos nos conhecido no dia da apresentação do elenco para a imprensa, semanas atrás. Mas naquele dia ela estava morena e não com os cabelos loiros resplandecentes de Rosalie
-Oi – eu falei meio tímida
Mss ela me abraçou como se fossemos velhas amigas. Parecia ser uma pessoa legal.
Depois passou por mim e abraçou Rob também e eu não sei porque senti uma pontadinha de... ciúmes?
Ok, era normal. Até aquele dia éramos só nós dois. Agora havia mais gente entre nós. Natural que eu tivesse ficado um tanto possessiva. Mas tinha que acabar com aquilo rapidinho
-Vocês não se importam que eu participe não é? - Niki indagou
-Claro que não. Vai ser legal – eu falei
Nos sentamos na mesa de Catherine e desta vez não teve outro jeito. Nós finalmente conseguimos ensaiar direitinho. E para minha surpresa até que eu e Rob não estávamos tão mal assim.
Já era bem tarde quando finalmente demos o trabalho por encerrado.
-Esta muito bom. Vamos começar com as gravações da sala de balé, acho que não teremos problema. Espero vocês amanhã para a reunião do elenco, ok?
-Tudo certo – Rob falou e encarou Niki – quer carona? Vou levar a Kristen e posso te levar também.
“Como é que é?”
-Eu quero sim, obrigada
Nós saímos para a noite escura e entramos no carro. Niki era uma pessoa agradável. E linda, embora na minha opinião não tivesse nada a ver com Rosalie. Mas, era uma escolha de Catherine. E eu confiava nas suas escolhas.
Será que Rob também a achava bonita? Com certeza.
-Onde eu te deixo, Niki? - ele perguntou
Ela falou o endereço de um hotel que era muito mais longe da minha casa.
-Certo, vou deixar a Kristen primeiro e depois te levo, tudo bem?
-tudo bem
Pra mim não estava tudo bem.
Eu disfarcei meu aborrecimento.
Na verdade nem entendia porque estava aborrecida.
Rob parou o carro em frente a minha casa e eu saltei
-Tchau pra vocês - falei tentando sorrir
-Tchau, Kristen, nos vemos amanha! - Niki falou enquanto pulava para o banco da frente.
Rob apenas sorriu pra mim e arrancou
Eu fiquei parada na rua vendo o carro se afastar. Me sentindo terrivelmente sozinha.
Entrei em casa e liguei a TV e ainda estava no modo de vídeo, lembrando-me que o dvd do filme o ultimo tango em paris ainda estava lá.
Eu tirei o disco, irritada, e joguei de qualquer jeito dentro da caixa, que também arremessei pra algum lugar embaixo do meu sofá.
Naquela noite, pela primeira vez em dias, eu tive vontade de ligar para meu namorado.
Peguei o telefone e disquei seu número.
-Atende, Michael.
Ele também estava gravando, por isto não estávamos nos falando muito. E eu só reparei neste detalhe naquele momento. Claro, eu não ficara nenhuma noite sozinha desde que chegara no Oregon. E já fazia algum tempo. Era normal que sentisse saudade de casa e das coisas que me eram familiar. Mas o telefone estava na caixa postal. Ele devia estar dormindo.
Desanimada, eu botei o telefone no gancho.
Botei um moletom pra dormir e me deitei tentando dormir. Sem sucesso
Levantei e fui pra sala, me abaixei procurando o DVD e o achei no chão empoeirado.
Coloquei pra rodar, mas nem toda a perversão de Marlon Brando me fez relaxar.
Então eu peguei o livro que Rob tinha me dado e comecei a ler.
Mas definitivamente não estava com humor para poemas de amor.
Com um palavrão, eu o joguei longe também.
Ia ser uma longa noite.


No dia seguinte eu estava péssima.
Encontrei com todo o elenco na hora do almoço e meu humor piorou ao ver Rob e Niki chegando juntos
-Oi, Kristen – ela me cumprimentou com um abraço e eu me obriguei a sorrir.
Ela logo passou por mim para cumprimentar outras pessoas e eu encarei Rob rapidamente
-Oi, Rob – falei sem entonação, já me virando pra me afastar, mas ele puxou meu braço
-Hei, que cara é esta?
-a minha. - falei seca
Eu esperei que ele fosse sorrir e fazer alguma piadinha, mas ele estava sério
-o que você tem?
-Não tenho nada! - falei tentando sorrir e retirando a mão dele do meu braço
Mas ele esticou a outra mão e tocou meus cabelos
-esta com uma cara péssima
-dormi mal.
-esta preocupada com o começo das gravações?
-mais ou menos – menti – e você? – eu fitei Niki do outro lado da sala – dormiu bem?
Desta vez ele sorriu
É claro que ele sabia o que eu estava especulando.
Mas apenas deu de ombros
-Dormi sim
-Que bom pra vocês... você – corrigi
-esta achando que eu dormi com a Niki? - ele indagou em tom de brincadeira
-acho que não é da minha conta – eu falei desviando o olhar
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Catherine começou a falar com todos e nossa conversa foi encerrada.
Ao fim da reunião, Niki me abordou
-Kristen, quer sair com a gente? - ela falou apontando para outras duas atrizes – a gente vai conhecer a cidade
-Claro, porque não? - eu respondi.
Tinha mesmo que começar a interagir com outras pessoas e deixar aquela “Robert Mania” de lado
-Acha que devo chamar o Pattinson também? - ela falou
eu dei de ombros
-Eu não sei...
-é que ele foi muito legal me dando carona ontem
-sei...
-melhor não. - ela disse por fim e eu sorri aliviada.
Bem, pelo tom da conversa realmente não parecia que a noite tinha sido esticada.
Eu tinha vontade de perguntar pra ela, mas não éramos tão amigas pra isto.
No fim a tarde até que acabou sendo bem legal.
Eu cheguei em casa meio cansada e me perguntei se iriamos ensaiar naquela noite
Talvez agora com todo o elenco na cidade Rob encontrasse coisa melhor pra fazer.
Eu peguei o roteiro e sentei sozinha na minha mesa de jantar
E então a campainha tocou
Meu coração disparou no peito.
Quem iria aparecer aquela hora. Qual a única pessoa que aparecia ali ultimamente?
Eu pulei do sofá a abri a porta.
-Oi – ele sorriu.
Sorriu!
Seria possível ficar dependente de uma sorriso? Talvez eu fosse o primeiro caso no mundo. Mas era a mais pura verdade.
E aqueles cabelos bagunçados? Teria algo mais absurdamente perfeito?
Definitivamente não.
Eu sorri de volta.
-O que faz aqui? - indaguei me lembrando das normas sociais
Ele deu de ombros
-alguns hábitos são difíceis de mudar
-Entra – eu falei simplesmente
Porque fingir que eu não estava ridiculamente feliz por ele estar ali?
-O que esta fazendo? - ele perguntou
-Adivinha? - eu apontei para o roteiro na mesa
Ele sorriu
-nem me esperou?
-não sabia se ia aparecer – eu falei
-e perder nosso penúltimo ensaio?
-é nosso penúltimo ensaio? - eu falei sem conseguir esconder a tristeza na minha voz
-antes das gravações sim. - ele falou distraído e pegou a caixa de Dvd do filme em cima do meu sofá
-A há! - peguei você em flagrante – ele falou sorrindo – que pervertida, Kristen
-eu estava sem sono ontem.. E não tem nada na TV de madrugada. Na verdade coloquei pra ver se conseguia dormir!
-Marlon Brando não ia gostar de ouvir isto – ele falou imitando o sotaque de Dom Corleone e eu ri, me sentando ao seu lado no sofá.
-Amanhã é nosso último dia de ensaiar – falei
-será o fim de nossas noites improdutivas então?
Ele me puxou pra si e eu encostei minha cabeça em seu ombro.
-vou sentir falta delas – murmurei.
E era verdade. Agora seria como na naquele dia. Nós, Catherine, Niki e mais uma infinidade de pessoas.
Ficamos em silêncio por algum tempo. Sua mão brincava com meus cabelos
-Talvez devêssemos trabalhar então – ele falou por fim me puxando do sofá e me empurrando até a mesa
-e eu achando que fosse ser mais uma noite improdutiva... - eu falei
era estranho que justamente eu, a mais chata dos dois, estivesse querendo matar o trabalho.
Ele sentou a minha frente
-é o seguinte, Kristen: hoje nós trabalhamos, amanhã podemos fazer outra coisa
-outra coisa?
Ele sorriu torto
-sim, para nos despedirmos das noites improdutivas em grandes estilo
Eu ri, gostando da idéia
-combinado então.
Nós começamos a ler e então eu parei
-posso te perguntar uma coisa?
Eu sabia que podia estar detonando com tudo perguntando aquilo, mas eu simplesmente tinha que saber
-você e a Niki... - eu fiquei vermelha – não precisa dizer se não quiser...
Ele sorriu torto
-eu dei carona pra ela, foi só Kristen
-entendi... - eu abaixei a cabeça, disfarçando aquele alívio ridículo.
-ela é muito bonita... - tentei explicar o que eu pensava
-eu sei. Mas eu prefiro as morenas – ele falou com aquele sorriso torto imitando uma fala do Edward.
E eu esqueci de respirar por um momento, mas então abaixei o olhar para meu roteiro
-Vamos trabalhar – eu pedi antes que me desviasse do propósito de novo.
Ele apenas sorriu e começou a ler.
Finalmente uma noite produtiva!

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