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27 de setembro de 2009

Capitulo 9 A ultima noite

Cap 9 A ultima noite

Sabe aquela sensação de que algo importante esta para acontecer, mas você não sabe o que é?
Apenas sente aquela apreensão na boca no estômago, um misto de medo e ansiedade?
Era como eu me sentia.


Era nosso último dia
O fim das noites improdutivas. Não que a noite anterior tivesse sido improdutiva, muito pelo contrário. Conseguimos deixar o texto na ponta da língua. Anda bem, assim poderíamos fazer o que quiséssemos hoje. Eu mal podia esperar.
Eu troquei de roupa umas cem vezes. Se alguém que me conhecesse me visse agora iria estranhar muito, já que eu não ligava muito pra estas coisas.
Pior que eu nem sabia o que a gente ia fazer. Então como escolher uma roupa?
Depois de trocar pela décima vez de roupa. Eu optei por colocar a de sempre. Não queria dar a impressão errada. Como se aquilo fosse mais importante do que era realmente. Porque não era.
Robert era apenas meu colega de elenco e nós apenas iríamos sair pra descontrair depois de uma semana dura de ensaio.
Talvez se eu dissesse isto a mim mesma muitas vezes eu me convencesse.
Quando a campainha tocou, eu corri pra atender e lá estava ele. Para meu deleite, desta vez ele não estava com a tal touca preta e os cabelos dançavam rebeldes ao alcance das minhas mãos.
Não que as minhas mãos fossem alcançá-los, vejam vem.
-Oi – ele sorriu e me mediu – esqueceu que vamos sair?
-Oh – eu fiz minha melhor cara de desentendida. Afinal eu era um atriz – é mesmo! É que como eu não faço idéia do que vamos fazer, eu não quis colocar nada muito... arrumadinho demais
-não precisa mesmo. Pensei em irmos naquele bar que fomos uma vez
-A-há. Eu sabia que estava demorando pra você tentar me embebedar de novo
-é... algo assim
-Então... acha que devo me vestir? - indaguei meio insegura
Ele sorriu dando de ombros
-Só se você quiser
E o que eu queria? Que ele não parasse de sorrir pra mim nunca mais?
Não, isto não ia servir
-Acho que vou assim mesmo. - respondi também dando de ombros
Não era um encontro. Não precisava criar falsas expectativas ou tentar impressionar.
Claro que não.
Nós entramos no bar e desta vez eu não estranhei o ambiente undergroud, descobri que até gostava.
Nos sentamos na mesma mesa e a a garçonete logo estava a nossa frente sorrindo feito uma idiota para Rob
-Oi Rob, vai beber o que hoje? - perguntou piscando
Se ela o chamava até pelo nome isto queria dizer que ele ia muito ali?
Provavelmente
Ele pediu e eu pedi o mesmo, sem ao menos me tocar do que era.
Rob sorriu pra mim quando a moça se afastou
-acho que não vou ter trabalho para embebedá-la. Já pode se embebedar sozinha.
Eu ri
-não sou tão provinciana assim, Patt
Ele retribuiu meu sorriso
-não mesmo
Eu desviei o olhar, sentindo um estranho nervosismo.
Como se hoje não fosse como os outras noites. Como se algo diferente estivesse no ar, além da minha compreensão.
A garçonete voltou com as bebidas. Uma banda tocava no palco e eu o fitei depois de beber um gole do líquido que desceu queimando pela minha garganta, mas que ajudou a descontrair um pouco o nó no meu estômago.
-Ainda não ouvi sua música - comentei
E ele abaixou a cabeça para ouvir o que eu estava dizendo. Era algo que ele fazia muito, lembrei
-Sua música – repeti mais alto – ainda não ouvi.
Ele sorriu de lado, aproximando-se ainda mais
-eu fiz uma pra você
Eu sinceramente achei que tivesse ouvido errado
-Como? - quase gritei
Ele levantou a mão, colocando meu cabelo para lado e aproximou os lábios do meu ouvido
-eu fiz uma música pra você
Desta vez eu ouvi corretamente
E o que diabos significava aquilo? Como assim fez uma musica pra mim?
Ele só podia estrar brincando
Eu o fitei meio confusa. E ele sorria
Sim. Ele estava brincando. Claro que estava. Não estava?
Ok, eu podia entrar na brincadeira também.
Sorri com uma certa malícia
-e quando é que vou ouvir esta obra prima?
Ele desviou o olhar para o palco, ainda sorrindo, enquanto bebia um gole do seu copo
-um dia.
-Ok – eu bebi toda a bebida do meu copo e ele riu
-Vai mesmo ficar bêbada?
Eu dei de ombros
-Você me carregaria pra casa?
-Pra onde você quiser.
Ele prendeu o olhar no meu, com aquele riso torto. Eu eu engoli em seco.
Devia ser proibido sorrir daquela maneira totalmente desconcertante.
Minha sanidade agradeceu, quando ele desviou o olhar para o palco, os dedos bagunçando ainda mais os cabelos e eu suspirei sem querer;
Lembrei de que tinha levantado a mão e passados os dedos por aquele mesmo cabelo no dia que estivéssemos ali. E tive a vontade de fazer a mesma coisa.
A garçonete apareceu com mais um copo. Eu tentei me policiar e não beber demais.
Mas nem bebendo eu conseguia relaxar. Eu ansiava por algo. E nem sabia o que era. Talvez não tivesse sido uma boa idéia estar ali com Pattinson naquela noite.
O problema na verdade era que eu não queria que fosse a ultima noite.
Claro que agora passaríamos até mais tempo juntos. Mas não seria a mesma coisa.
Nunca mais seria. Era como se eu tivesse que dar adeus a uma parte de mim. Um aparte nova e desafiadora. Alguém que eu só podia ser com ele.
Ele me fitou um momento, os olhos indagadores
-Qual o problema?
-Nada – eu cortei, sem encará-lo
Mas não parecia que ele ia deixar pra lá
-Você é muito absurda as vezes, Kristen – ele comentou como que para si mesmo e eu ri
-absurda! - repeti – eu só... - respirei fundo – acho estranho estarmos aqui... pela última vez
Prontofalei
Talvez a bebida tivesse me deixando com a língua solta.
Ele sorriu. Um sorriso diferente.
E eu soube que ele me entendia. De uma forma absurda e maravilhosa, ele sabia.
Era como se fossemos Jeanne e Paul. Trancados num apartamento em Paris.
Sem a parte da perversão claro
Ao lembrar-me disto eu tive vontade de rir. E foi o que eu fiz
-Agora você esta me preocupando, Kristen - ele falou divertido – achei que fosse demorar mais pra ficar bêbada
-Não estou bêbada
-pode ficar. Eu prometi te carregar, não prometi?
Eu ri. Estava ficando fácil rir agora.
Talvez estivesse mesmo ficando bêbada.
E isto me deixava... mais confiante.
A banda deu um tempo e eu fitei Rob
-Hei, Rob. Eu te desafio.
-Como é que é?
-Você vai subir lá e tocar a tal música
Ele riu
-Não vou não
-Está com medo? Hum... “ele esta um pouco inseguro” eu brinquei
-Você pode se arrepender disto, Kristen – ele falou devagar. O sotaque britânico acentuado.
-Por que iria?
-Porque a música é sua
-então se é minha eu posso escolher ouvi-la agora
Ele sorria, era como se guardasse um segredo. E eu precisava saber.
Muito.
-Por favor – pedi, minha mão traidora entrou em ação, tocando seus cabelos. Os fios macios eram uma delicia de acariciar.
-Se você não for, eu vou fazer um penteado emo em você
Ele gargalhou. Já falei que ele tinha um risada contagiante?
-Acho que você esta bêbada – ele segurou minhas mãos, que já trabalhavam no penteado.
Os dedos se fecharam como garras em meus pulsos e eu o fitei com a respiração presa na garganta.
Não estava tão bêbada que não percebesse o perigo.
E ele tinha um olhar perigoso. Como eu nunca notei antes?
Olhos verdes perscrutadores, hipnotizadores.
-porque não? - eu sussurrei
E o “por que não” saiu cheio de significados da minha boca.
Ok, talvez eu estivesse mesmo bêbada.
Ele sorriu devagar. Perigoso
O rosto aproximou-se do meu e eu tive a nítida impressão que ele fosse me beijar.
E não consegui me mover um centímetro.
Mas ele não me beijou.
Não nos lábios.
Sua boca tocou a pele atrás da minha orelha. Eu acho que gemi baixinho. Nem sei.
A única consciência era a fraqueza súbita que me dominada. O corpo e a mente.
-isto não é uma brincadeira Kristen – ele murmurou em meu ouvido – não estamos ensaiando.
Não sou o Edward. E muito menos você é a Bella. Entendeu?
Eu sacudi a cabeça afirmativamente. Incapaz de falar o que quer que fosse.
Por um momento sem fim, nenhum dos dois se mexeu. Eu aspirei devagar. Ele cheirava maravilhosamente bem. Talvez porque eu não tivesse mais visto ele fumando feito uma chaminé.
-Não vou tocar para você esta noite. Porque no dia que eu tocar, você terá que tomar uma decisão.
E acho que você não esta disposta a tomar agora.
E então eu soube. Ele estava falando sério. Ele tinha mesmo feito uma música. Pra mim.
OMG.


E agora? E agora?meu cérebro distorcido gritou.
Eu tentava voltar a tona. Voltar a realidade.
Mas estava difícil. Muito difícil.
Minha mente altamente perturbada atinava apenas para as mãos dele que ainda seguravam as minhas, a respiração quente na minha orelha e as palavras que faziam eco na minha cabeça
Eu tinha entendido o que ele falara não tinha?
Não, eu não queria entender. Droga!
E porque ele não me soltava?
Claro que eu não tinha a menor vontade de sair dali. O álcool era uma benção.
Eu sempre poderia culpa a bebida por estar agindo feito uma desvairada. Pela doce entorpecência que tomava conta dos meus sentidos.
Mas ele não se mexeu. E nem eu.
Por quanto tempo ficamos assim? Eu não saberia dizer. Eu tinha medo de me mexer. De quebrar aquele acordo silencioso.
Porque no fundo da minha mente, eu sabia o que ia acontecer. E tinha medo
Medo de mim mesma na verdade.
As palavras de Rob quando discutíamos o ultimo tango em paris me veio a mente “ela não é a mesma com ele. É como uma realidade paralela. O mundo la fora não existe”
As palavras foram adentrando na minha mente e me deixando ainda mais entorpecida.
E eu deixei que aquela doce inconsciência tomasse conta de mim. Que tudo o mais deixasse de existir. A não ser o agora.
Era com se ele sentisse a mudança dentro de mim. Os dedos não prendiam mais meus pulsos firmemente e sim acariciavam minha pele muito devagar. Minha pulsação se acelerou.
E ele deve ter percebido isto também. Os lábios dele tocaram meus cabelos e eu fechei os olhos.


Sabe aquela sensação de que algo importante esta para acontecer, mas você não sabe o que é?
Apenas sente aquela apreensão na boca no estômago, um misto de medo e ansiedade?
Era como eu me sentia.
Mas agora eu sabia o que ia acontecer. E me preparei para o inevitável.
Inevitável desde o dia em que nos conhecemos.
E eu sempre podia culpar a bebida depois.


E então uma lufada de vento frio chegou até nós a mesmo tempo de sons de vozes muito alta.
Ele me soltou. Levei um tempo para me situar, tamanha era minha perturbação.
-Olha só quem encontramos aqui! - uma voz conhecida gritou e eu arregalei os olhos ao olhar para a porta do bar e ver grande parte do elenco de Twilight ali.
-fuck! - gemi desesperada
Mas era só o que faltava.
E claro que eles estavam vindo na nossa direção. Todos sorridentes e felizes!
Eu peguei o copo a minha frente, virando sem pensar. Nem ousava olhar para o lado. As pessoas se inclinavam sobre mim, me abraçando. Eles iam sentando na nossa mesa, fazendo a maior algazarra.
E eu queria desaparecer.
Alguém botou outro copo na minha frente. Eu tomei sem sentir
enquanto meu rosto doía de tanto sorrir, eu esquecia.
Porque eu não podia lembrar do que eu estava fazendo antes deles aparecerem. Simplesmente não podia.
Dentre os rostos sorridentes um me alcançou de repente. Rob olhou pra mim através da balburdia. E ele não sorria. Eu senti um frio por dentro. Era difícil ele não sorrir.
Mas ele me encarava... preocupado? Contrariado? Não sabia dizer.
Eeu desviei o olhar, incapaz de fitá-lo por muito tempo. E percebi que quem estava ao lado dele era a Niki.
Na verdade de um lado estava a Niki e do outro a Rachele. A ruiva espetacular.
Eu bebi um pouco mais. E foi fácil rir de alguma coisa que Kelan dizia.
Ou rir de qualquer coisa. O importante era rir.
De repente, senti mãos se fecharem no meu pulso
-Ja chega, Kristen – eu olhei pra cima acompanhando o sotaque britânico. Como se precisasse olhar pra saber que era Ele que estava falando.
-Rob! - eu fali grogue rindo feito uma idiota
-Acho melhor eu te levar pra casa.
-Oh... eu posso muito bem ir sozinha
Eu levantei, mas meus pés não obedeceram meu comando
-ops! - eu ri e ele me segurou e me levou pra fora do bar. Eu tropecei no caminho e ele me pegou no colo. Eu deitei minha cabeça que girava sem parar em seu peito.


-eu posso andar sozinha – tentei protestar mas ele riu
-eu prometi que ia te carregar, não prometi?
Eu ri também.
Ele me colocou no carro. Eu fechei os olhos enquanto ele dirigia pelas ruas frias de Portland.
Quando ele parou em frente a minha casa, havia um carro lá
-Acho que você tem visitas
eu abri os olhos e soltei um palavrão ao reconhecer o carro
-É o carro dos meus pais!
Seria possível que eles tivessem escolhido justo hoje pra me visitar?
Oh deus, eles não podem me ver assim! Vão me matar!- gemi
Ele riu
-Tudo bem, Kristen – ele deu partida
-Onde esta me levando? - indaguei grogue
-Pra minha casa., Onde não será açoitada até a morte por seus pais.
-Oh! Vou ficar te devendo uma
-eu vou cobrar
Eu fechei os olhos.
Quando abri de novo, ele me tirava no carro.
Eu ri, quando senti o vento frio no meu rosto me fazendo bem. Para desanuviar um pouco minha mente
-Oh, droga, eu estou mesmo bêbada não estou? - ele falei rindo, quando ele me segurava com facilidade subindo as escadas de um prédio antigo
-esta sim, Kristen – ele riu me colocando no chão – não vai cair vai?
Eu me encostei na parece, trôpega, enquanto ele abria a porta.
-Você me segura se eu cair?
-Sempre.
Ele me puxou pra dentro, sem acender a luz.
Eu ria, enquanto tropeçava em mim mesma.
Ele ria também, tentando me segurar, mas o que só fez nos desequilibrarmos mais e ele caiu no sofá, me puxando pra cima dele.
Eu gargalhei
-ops! - ele brincou
-oh deus, eu nunca fiquei bêbada na minha vida!
Eu o fitei e seu rosto estava muito próximo. O sorriso estava lá também.
Ele me segurava pela cintura e eu tive consciência de que cada pedacinho do meu corpo estava grudado no dele.
E eu arfei, a mente girando agora, mas não só da bebida, mas sim do turbilhão dentro de mim.
Sem pensar, eu levantei a mão, infiltrando os dedos com vontade nos cabelos desgranhados
-adoro seu cabelo... - murmurei
As mãos dele subiram por minha espinha e e depois desceram contornando meu quadril e o calor se espalhou por cada poro da minha pele.


Eu fitei sua boca, tao próxima da minha e fiz aquilo que mais tinha vontade. Mandando a alto controle para o inferno, eu descei meus lábios sobre os dele.
E o mundo saiu de órbita por um momento, enquanto ele me beijava de volta. A língua contornando meus lábios até que eles se abrissem e o beijo virasse um inferno.
Eu gemi, perdida, aconchegando-me mais contra ele.
Ele me virou de repente, ficando em cima de mim e eu surtei. Literalmente.
Os lábios deixaram os meus para trilharem um caminho de fogo pelo meu rosto, pálpebras, meu queixo. Eu apertei seus braços. Ele infiltrou uma mão nos meus cabelos, os dentes na minha garganta e eu arquejei, gemendo baixinho. Meu sangue corria rápido na veia e meu coração batia descompassado contra as costelas. Os lábios dele voltaram para os meus, intensos, sôfregos, deliciosos. Eu não respirava. Respirar pra que, quando eu tinha Rob em cima de mim me beijando daquele jeito? Uma mão desceu até minha cintura, por baixo da minha blusa, tocando minha pele em chamas e eu gemi alto agora, enquanto sentia ele subir, subir.
E então ele parou.
Sua boca descolou da minha e ele me fitou. A mão saiu debaixo da minha blusa.
Eu o fitei confusa e ofegante.
Ele retirou os cabelos do meu rosto
-Não vamos fazer isto hoje Kristen
-por que não?
-porque você esta bêbada
eu não pude duvidar desta afirmação.
Ele sorriu. Aquele sorriso que me tirava do prumo e saiu de cima de mim,
Ele ia se afastar, mas eu o impedi
– fica aqui comigo um pouco...
-Kristen
Eu ri
-prometo não te atacar Rob... na verdade me sinto tao mal... - falei sentindo minhas pálpebras se fecharem
Eu pude ouvir sua risada em meu ouvido, quando ele me abraçou, um braço em volta de minha cintura.
E me senti tão bem como nunca tinha sentido antes. Não queria dormir. Mas meus olhos se fecharam devagar.


continua....

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